CRYPTO BALLET CLASS
[obra inédita, primeira-mão]
CRYPTOBALLET CLASS é uma série de peças de dança 3D que faz uma releitura da aula de ballet a partir de novos protocolos, códigos e paradigmas de corpo e de movimento possibilitados pela mistura da dança com técnicas de animação e simulação 3D. Os fundamentos do ballet são utilizados como mote para configurar o setup inicial da simulação física em 3D, como gravidade, impulsividade do chão, imobilização de articulações e grupos musculares, velocidade de movimento, tonicidade das fibras, peso das partes, volume do corpo, ente outros elementos. Os movimentos e a coreografia final são gerados totalmente por simulação física procedural, sem animação por keyframe ou por captura de movimento.
Com CRYPTOBALLET CLASS eu continuo a perguntar: como dançar na Web 3.0? Como coreografar no metaverso? Como reprocessar a revolução eclodida pela relação entre dança e simulação 3D? Como artista da dança, busco respostas criativas para essas questões articulando dança e 3D, NFTs, web3 e metaversos, provocando um diálogo entre o clássico e o contemporâneo e refletindo sobre o futuro da Arte e da Dança. Quando crio danças com materiais digitais, todo o meu corpo está envolvido nesse processo. No meu corpo não há distinção entre performance física e dança digital. Acredito que isso tem a ver com o futuro dos relacionamentos nos metaversos, com as condições de existência e com as formas de convivência mediadas pelas tecnologias digitais. Outros corpos, outros movimentos, outras danças.
CRYPTOBALLET CLASS é um ensaio prequel para a criação, em um futuro breve, de uma releitura em 3D de uma obra histórica da dança, como O Lago dos Cisnes ou O Quebra-Nozes.
SYLPHIDES 3.1
Sylphides 3.1 é uma peça de dança 3D criada a partir da mistura e do hibridismo da dança com a animação e a simulação 3D.
A numeração do título refere-se à Web 3.0. Contudo, não se trata apenas de uma forma de organização. O número tem a ver, sobretudo, com estar na Web 3.0, nela se movimentar e criar danças. Como dançar na Web 3.0? Como reprocessar a revolução eclodida pela relação entre a dança e a simulação 3D? Como começar numa nova linguagem? Como recomeçar?
Voltar ao início. Genesis: o início de uma história. Uma volta ao passado para olhar o futuro.
O nome da peça é uma citação direta à mitologia germânica, e especialmente à obras de grande importância na história da dança: “La Sylphide” (1832) e “Les Sylphides” (1909). Esses trabalhos são utilizados como ponto de partida para provocar as relações e as semelhanças entre o clássico e o contemporâneo, e para refletir sobre o que ainda está por vir no futuro da Arte, em geral, e da Dança, em específico. Novos corpos, novas danças?
Os elementos estéticos e artísticos explorados nas sílfides dos séculos anteriores por meio de figuras femininas aeradas com danças revolucionárias e abstratas sobre as pontas dos pés são agora retrabalhados a partir dos novos protocolos, dos novos códigos e dos novos paradigmas provocados pela Web 3.0, pela ficção científica e pelo biofuturismo. Outros corpos, outras danças.
A figura da sílfide feminina, romântica, gênia do ar, vaporosa, enigmática e super-humana dá lugar a figuras andróginas, nem masculinas nem femininas, descentralizadas, de física simulada, de partes moles, de coreografias procedurais, de movimentos desarticulados, de articulações hiperflexívies. Hiper-humanos. Diversos corpos. Diversas danças.
Sylphides 3.1 apresenta 200 sílfides em forma embriológica. Diversos elementos da linguagem da dança, como a valsa, a roda, o giro, o ponto de apoio e de controle, a mobilidade das articulações e relação com a gravidade foram submetidos à lógica da animação e da simulação 3D, como corpos moles, corpos plásticos, expansão de contração de campos de força, vento, fluídos, baixa gravidade e superfícies impulsivas. Tem-se, assim, um corpo de baile coletivo, de pulsação única, mas com focos e desmembramentos particulares, explorando a relação de elementos do ballet clássico com as danças moderna e contemporânea. A obra é embalada por uma gravação histórica original, publicada em 1916, de “Les Sylphides”, dos Ballets Russes de Serguei Diaghilev.
Sylphides 3.1 já foi apresentado nos seguintes eventos, projetos e programações: moveMINT NYC: The Experience; NFT São Paulo; Origen Festival de Videodança; Festival Movimentale de Audiovisual; International Meeting on Video-dance and Video-performance; Dance & Performance Arts Gallery by Misja NederDans; Naw Talks Neosutras Metaverse; Sardinia Film Festival; Cuerpo Mediado Festival de Videodanza; Festival Internacional de Videodança do RS; Eku’e Mostra Internacional de Videodanza de Asunción; Serbest International Film Festival; LATAM ART no Open Metaverse; Imajitari – International Dance Film Festival; International Screendance Festival of Chile; Festival Dança em Foco; Festivalito Rodante Internacional de Coreocinema; International NFT Competition; Context.Film Festival; Bienal de Arte Digital; FILE Festival.
DIEGO MAC
Artista. Diretor de dança. Coreógrafo. Dançarino. Artista de vídeo. Artista 3D. Produtor e gestor cultural. Doutorando em Artes Cênicas. Atualmente, dedica-se à criação artística baseada na mistura da linguagem da dança com técnicas de animação e simulação 3D, blockchains, metaversos e NFTs. Foi selecionado para expor seu trabalho no evento NFT.NYC, recebeu o Prêmio Açorianos de Dança 2022 como Personalidade do Ano por seu trabalho inovador em dança 3D e recebeu o Prêmio Trajetórias Culturais pelo desenvolvimento de seu trabalho artístico.
Atua há 25 anos na área cultural e de entretenimento em projetos artísticos que transitam entre dança, cultura popular, imagem, tecnologia, criatividade, gestão e empreendedorismo. Diretor da Macarenando Dance Concept. Diretor artístico da Muovere Cia de Dança. Graduado em Dança. Mestre e especialista em Poéticas Visuais. Iniciou a carreira profissional em 1997, tendo atuado em mais de 300 projetos culturais. Seu trabalho é reconhecido no cenário nacional e internacional, com mais de 20 prêmios recebidos.
DEPOIMENTO DO ARTISTA
Trabalho com dança há 25 anos, então as poéticas, projetos, práticas, materiais e processos são múltiplos e diversos: da relação entre dança e comédia, passando pela articulação com tecnologia e videodança, para culminar hoje no encontro de dança com simulação e animação 3D. Um dos meus maiores objetivos como artista da dança é descobrir estratégias criativas e soluções formais capazes de revelar uma noção ampliada e democrática de dança, em que a dança ocorre não apenas no corpo-humano padrão, magro, duro e musculoso, mas também em outros corpos, inclusive não-humanos, estabelecendo outros e diferentes olhares sobre o que pode ser a dança e os corpos que a dança pode ter. Nesse sentido, foram vários os resultados: desde o vídeo-dança Pas de Corn (2006), cujos dançarinos são pipocas, passando pela webdança O Colecionador de Movimentos, até o recém-lançado trabalho Sylphides 3.1, baseado na criação com corpos e movimentos em simulação 3D.
Com essa aproximação da dança com o 3D, pergunto: como dançar na Web 3.0? Como coreografar no metaverso? Como reprocessar a revolução provocada pela relação entre dança e simulação 3D? Enquanto artista da dança, procuro respostas criativas a estas questões articulando dança e 3D, NFTs, web3 e metaversos, provocando um diálogo entre o clássico e o contemporâneo e refletindo sobre o futuro da Arte e da Dança. Quando crio danças com materiais digitais, todo o meu corpo está envolvido nesse processo. No meu corpo não há distinção entre performance física e dança digital. Acredito que isso tenha a ver com o futuro das relações nos metaversos, com as condições de existência e com as formas de convivência mediadas pelas tecnologias. Outros corpos, outros movimentos, outras danças.
MOVE
O filme é resultado de alguns experimentos utilizando vídeo da performance misturado com inteligência artificial, fazendo referência a artistas abstratos como Kandinsky, Paul Klee e Moholy Nagy. O filme busca uma aproximação estética entre gesto e imagem digital. Utiliza a a rapidez das iterações e suavidade do movimento para provocar uma reflexão sobre a temporalidade .
Bernardo Alevato
Artista visual, pesquisador e designer, cursa o doutorado PUC-Rio (1997) e possui Mestrado em Design (2020). Foi orientador no Oi Kabum! Lab no laboratório de intervenções urbanas e é professor colaborador da PUC-Rio. Pesquisa sobre design em novas mídias, realidade expandida e Inteligência Artificial.
Taianne Oliveira
Formada em audiovisual pela ESPOCC – Escola Popular de Comunicação Crítica e em Design Gráfico pela Oi Kabum! Fez aulas de ballet clássico, sapateado, contemporâneo e hip hop pelo Centro de Dança Rio e atualmente cursa Bacharelado em Dança pela UFRJ.
Soma
(10’00”)
Registra o pulsar pelo espaço, o que chama ativa o presente em um mergulho, uma presença de mim. bebe o sopro do vento criando laços de arrepio. me apoio no afeto do calor atenta, desvia, respira, observo o que me invade. a força da beleza me ilumina e incendeia, articula a pausa. escuta, é um convite.
Roteiro, criação e intérprete : Gisele Moraes
Diretora de Processo Criativo: Juana Miranda
Assistente de Direção: Kalebe Lizan
Produtor Executivo e de Locações: Maurício Peixoto
Figurino: Bruno Ferraz
Direção Musical e Desenho de Som: Paulo Lessa
Músicas: Le Ballet de L`Oubli – Lo Mimieux, A New Constellation – Lama House, Alles Gut Polka – Trabant 33, Timepass – Marten Moses, Movement of the Unknown – William Claeson e Natural Mind – Beautiful Minds
Diretor de Fotografia, edição e colorização: Gustavo Serrate
Assistente de Câmera: Tainá Santos
Fotografia: Humberto Araújo
Locação: Parque Ecológico das Garças/Lago Norte – Brasília/DF
*Esse trabalho participou da 2ª Residência MEU LUGAR, coordenado pelo KOH – Núcleo de Pesquisa da Cena, em 2022.
Bio da Artista:
Gisele Moraes é Artista – Bailarina/Dançarina DRT/GO, Professora de Dança. Licenciada em Dança pelo Instituto Federal de Brasília (IFB), Pós graduada em Dança pela Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Possui experiência em diferentes estéticas da dança, tendo participado de diversas mostras artísticas e residências. Atua principalmente com dança contemporânea e improvisação em dança. Tem como interesse de pesquisa práticas corporais associadas a processos de criação e processos cognitivos de aprendizagem.
Solos INvencionistas em CASA: Disritimia…
(9’59”)
Atravessamentos de várias histórias em tantas idas e vindas nas estradas, mudanças repentinas de sensações específicas como: medos, tristezas, alegrias, fúrias, trocas de afetos em um período de distanciamento social que chegou tão abruptamente. Disrtimia é uma colcha de retalhos de conflitos e refúgios humanos. Perceber o quanto é desafiador encontrar quando e como precisamos desacelerar para potencializar nossas questões de convívio social que até então estavam sendo ignoradas. Disritimizar na busca de tantos “EUs” e voltar para seu corpo-casa. Disritmia é estar aberto para um constante estado de “aprendência” e encontrar novos caminhos em seu habitar para cuidar de mim e cuidar do outro.
Disritimizar na busca de tantos “EUs” …
Kadu Fragoso- Direção e INterprete INvencionista
Sara Andrade – Direção INvencionista
Wesley Guimarães – Músico INvencionista
Ianca Oliveira – Montagem INvencionista
Edvalda Fragoso – Fotografia INvencionista.
Edenberg Lima – Poema INvencionista
Voo em Volta
(1’00”)
A partir do experimento batizado de “Câmera-Contato”, realizado pelos membros-pesquisadores do NEPCênico, dentro da pesquisa “Videodança de bolso e Laban: interfaces técnicas e criativas”, Voo em Volta buscar trazer para o vídeo novas possibilidades de aproximação e movimentação entre o corpo e a câmera. Desta forma, Sávio Farias desempenha o papel de intérprete criador e câmera ao mesmo tempo, experimentando as relações possíveis com o espaço ao redor.
Autoria: Sávio Farias
Voo em Volta Revisitada
(5’07”)
Esta videodança foi realizada a partir da revisitação da obra Voo em Volta (2010). Ambas tiveram como mote a ideia de câmera-contato, na qual as funções de intérprete e de câmera são executadas ao mesmo tempo no processo de captura das imagens. Após mais de dez anos, Sávio Farias retoma o seu trabalho em videodança explorando variadas possibilidades de relação entre corpo, câmera, espaço e tempo. Esta nova obra “Voo em Volta Revisitada” foi produzida como parte de sua pesquisa no curso de especialização em Estudos Contemporâneos em Dança da UFBA.
Autoria: Sávio Farias